Amado@s que visitam e continuam lendo os textos, as escritas, as reflexões. Tenho pensado muito na atuação Xamânica na contemporaneidade; ao mesmo tempo que temos que honrar e trabalhar com Ensinamentos Ancestrais é preciso criar uma visibilidade no mundo virtual como esse Blog, por exemplo. Por causa disso, resolvi brincar com a relação entre Terapia e Web Design como uma forma de dialogar com os desafios terapêuticos e virtuais. Ás vezes, é preciso continuar mantendo a alegria de ser empreendedor, ir adiante. Recebam esse texto como um esforço de acompanhar o ritmo e o movimento.
Marilene
de Mello Pitta (Terapeuta Holística Vibracional com Abordagem Xamânica) Rio de
Janeiro.
Amo o meu trabalho de Terapeuta. Todo dia é um dia de renovação, de
mudança de histórias de vida, de tomada de consciência; enfim, de um novo olhar
para as questões de sempre: família, amores, relacionamentos, abortos, traição,
mãe, pai, filhos, dúvidas e incertezas. Nesse mar freudiano vamos navegando e
buscando conexões, respostas, indagações, elucidando dúvidas e criando as
referências para um entendimento de um viver melhor, ou menos neurotizado
possível. É maravilhoso ser testemunha dos avanços, das conquistas, das páginas
da vida serem ilustradas de outro jeito. Contemplar um riso largo com brilho no
olho vivo: eu consegui, finalmente! Perdoar. Ultrapassar. Sair do labirinto. O
reencantamento se aproximou de novo. Posso amar sem armadilhas. Partilhar o
cotidiano sem os fantasmas parentais, ás vezes eles vem (são teimosos), mas vão
embora tão logo me conscientizo da atuação energética, comportamental ou nas
atitudes. É um vigiar constante para não me deixar esvaziar no outro, ser o
outro, o espelho do outro; daí volta tudo. Lá estou eu de novo fazendo o papel
de mãe ou pai. Respira, chora e avança mais um pouco. Esse é o meu universo – o
ser humano!
Ao mesmo tempo, sou desafiada pela tecnologia! Então em meio ao
trabalho estou matriculada num curso de Web Design! Imagina! O meu tempo é da
televisão preto e branco, rádio, vitrola, vinil, recado, carta, correio, visitas
aos domingos, passear na praça... Tudo bem presente, real, vivo. Se ficasse
zangada não tinha como disfarçar, estava ali na cara, no confronto. Bem
necessito acompanhar a semântica, o vocabulário dessa contemporaneidade
assustadora. O curso de Web Design deve ser bom... Vou ficar por dentro das
Mídias Sociais. Instagran. Facebock. Redes. Curtir. Compartilhar. Cutucar. Site.
Programa. Lá fui eu. Animada com caneta e caneta debaixo do braço e ainda por
cima lápis com ponta fiada e borracha. Engano. Nesse universo “delete” e
“teclado” eram os meus companheiros de tormenta e encantamento
virtual!
Bem vou fazer prova do Programa Dreamweaver (sonhos nas nuvens uma
analogia grotesca). Vou apresentar para vocês o resultado dos meus estudos e
dever de casa, ou melhor, o neologismo: tecladeamento.
Vocês sabiam que para criar um site, é preciso ter consciência: nome
(visando o marketing, para chamar atenção como a moda), e principalmente qual é
a linguagem. Nada de substantivo, adjetivo, verbo, concordância, preposição nem
pensar... A questão é tag, barra de status, download, Gif, HTML (hyper text
markup language), e-mail, layout, imagem salva em JPEG, WWW, targets, portal,
navegador... É assim mesmo: maiúsculo e minúsculo tudo junto e misturado.
Penso na aula: é como transformar a vida no processo terapêutico!
Estamos acostumados de um jeito, num padrão, mas sair do labirinto da
repetição é inovar a página da vida ou da web!?
A primeira coisa é ter o Programa Dreamweaver. Cheio de pontos.
Siglas. Sinais. Códigos. Sem medo e com medo de fazer errado... Decidi estudar
escrevendo essa brincadeira entre os diálogos da web design e a vida. Afinal,
criar sinapses é o desafio.
Abra sem temor a sua história de vida, lá tem coisas boas outras nem
tanto; mas revisitar as lembranças é reciclá-las, encontrar outro perfil, outra
moldura.
No Dreamweaver é colocar um nome no new site, o endereço, e salvar
dentro de uma pasta de documentos. E por aí vai o programa se revelando,
indicando o que deve ser feito, arriscando e avançando; como na
terapia!
O que mais me atrai nesse processo é o deslumbramento de ir
conseguindo fazer as páginas do site; e dialogando com a minha profissão
perceber que o outro criou as sinapses da modificabilidade comportamental.
Tornou- mais inteira, mais centrada, mais no controle das decisões da vida;
menos mendiga de afeto, atenções, e pequenos “regalos” (presentes)! Não vende
afeto e não compra carinho. A página da web vai criando vida viva com cores e
conteúdos filosóficos. Afinal, é no campo das ideias que o mundo gira e a fonte
criativa surpreende a cada instante. Uma semântica bem combinada! Como? Por
exemplo: “como bolo de nozes e sei o que é quebrar barreiras”. O jogo entre o
ato de quebrar as nozes duras nos faz lembrar o quanto quebrar as barreiras deve
ser um ato de coragem. Como na construção desse texto que causa um espanto
alegre em meu coração de estudante.
Por isso: temos pen drive!
Ou seja, aquela nossa história onde ela ficará guardada para que
possamos reescrevê-la? E mais que tudo salvá-la. É não podemos anular pai e mãe,
o nosso registro de vida.
Salvá-la é respeitá-la; para depois poder transmutá-la. Esse poder
vem da energia do coração e da capacidade de perdoar. Criar é saborear o
encontro com as palavras de um modo casual. Entre uma consulta e outra, eis que
as palavras vêm dançando, requebrando, com cheiro de jasmim e canela. Não
resisto. Escrevo. Estudo. Trabalho. Tudo junto nas páginas do meu site da
vida.
Creio que estou (depois dos sessenta) criando sinapses, movendo o
cérebro e ficando e catucando o tal do Dreamweaver!
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