Aprender
a Reinventar-se a partir da Mística do Sufismo
Marilene de Mello Pitta
(Terapeuta Vibracional, Pesquisadora dos estados emocionais de desequilíbrio
que fazem rupturas no bem viver, Curadora Xamânica). Rio de Janeiro.
Olá ciranda virtual de gente
que chega e vai.
Mais uma vez estou aqui, em
frente ao computador com a dança das palavras fluindo e tomando um jeito de se
expressar. Muita coisa aconteceu em minha vida. Como sempre o Universo tecendo
os milagres e me fazendo surpresas umas excelentes outras choques profundos.
Foi assim...
Sempre tive uma conexão com
a Turquia... Algo naquele país entre a Europa e a Ásia chamava o meu coração.
Fazendo um trabalho de abertura de Registros Akáshicos vi que numa existência
passada fazia parte de uma comunidade Sufi no interior da Turquia. As cenas
eram tão forte que encantavam a experiência, trazendo aromas, paisagens, tons,
cores e vozes em devoção ao Bem Amado. Tempos depois fui sorteada com um livro
“Terapia através do Sufi”. Algo me dizia que uma verdade interior estava á
caminho e chegava dançando; interessante que eu sentia movimento de braços para
o alto como um vento que nos toma e refresca o corpo.
Tempo de mudanças...
O tempo foi passando e essa semente
sagrada ficou acolhida no centro do meu coração.
Eu não entendia a
linguagem... Daí:
Veio o calor do sol que fez
as chamas da esperança crescerem e sempre se voltar para o leste, onde habita
Águia com foco e lucidez me intuía confie no Grande Espírito. Depois as águas
de março fechando o verão (na linguagem do poeta/músico) provocou uma enchente
em meu coração... Transbordava de dor, sofrimento, perda, mudanças... Assim é a
vida quando tem o seu tempo, tem o seu tempo e ponto final. Chega à mudança. O
que fazer? Para onde ir? Qual o caminho a seguir? Onde coloquei a bússola de
orientação? E ainda por cima São Longuinho ficou mudo e não respondia. A
aflição tomava conta de minha alma: por que isso agora? Tudo estava em seu
lugar. O controle estava garantido.
Sabe aquele momento que tudo
cai por terra como um terremoto, uma tsunami, um tufão... Assim é quando a
Natureza determina o momento exato da explosão. É assim que as mudanças
chegam... Nós gostamos de planejar, contar, organizar, anotar, conferir na
maioria das vezes não funciona! Ficamos perplexas, emudecidas, silenciosas, sem
voz, sem fala... Olhamos para todos os lados e não vemos a saída. A respiração
é aprisionada, uma lágrima teima em sair, mas não consegue.
Então, entra a Mística Sufi
para nos ensinar...
O amado Rumi na sua cor
vibracional azul turquesa faz gestar os versos para o Misericordioso e
Compassivo na intensidade de sua alma. Aprendi que é preciso ter pés bem
plantados na terra para poder voar em direção ao infinito. Quando em Istambul (novembro
de 2013) fui para uma cerimônia dos dervixes vi de perto esse aprendizado
existencial do bem viver. Entra-se em Silêncio Sagrado as reverências são
feitas. O outro é o espelho do Divino. O som inunda o ambiente trazendo altas
frequências de Puro Amor. Em profunda consciência do caminhar o manto é
largado, abandonado, desapegado... (creio que essa seja a nossa maior
dificuldade: se desapegar).
O giro...
Aquilo que estava sólido,
preso, amarrado de repente solta-se no giro, onde um pé sustenta e o outro impulsiona
e faz rodar. Equilíbrio! É uma sensação infinita de prazer, deleite, vigor,
entrega... O flutuar do corpo para atemporalidade conduz os braços e mãos no
mesmo movimento harmônico, sereno, lúcido!
Sou testemunha de um vôo
para o infinito, de um encontro com o Bem Amado.
Assim também...
São as mudanças em nossas
vidas. Deixá-las chegar, acolhê-las, e dar movimento.
Reinventar-se é a
possibilidade de fazer o giro da vida sem perder a conexão com o Divino ou algo
que impulsiona ir em frente. Por isso, que a vitimação, a depressão, a
insegurança, o medo, o orgulho, a vaidade, o julgamento crítico com os outros
impedem que essa nova página do viver seja escrita. Esses impedimentos causam
doenças e acumular raivas imensas soterradas que de alguma forma sairão como
larvas de um vulcão enlouquecido de dor.
Acreditar em si mesmo (e na
guiança interna) compreendendo que as infinitas possibilidades representam um
convite para a renovação. As mudanças chegam, porém há uma forma abençoada de
lidar com ela, entendendo que nas leis do Universo está tudo certo no tempo de
Deus.
Linkando, coisa com coisa...
As mudanças inusitadas que
chegam mais o giro Sufi e o acolhimento dos outros espaços que a mudança traz:
formam a trilogia para não pirar, adoecer, somatizar.
Já vi essa história...
Mudança de casa. Mudança de
lugar. Mudança de país. Gente nova chegando e dividindo os espaços. Energias
que circulam na partilha dos ambientes.
Uma doença inesperada. Uma morte sem ser anunciada. Um amor perdido. Uma
traição. Um roubo. Um assalto. Um assassinato. Um ato de violência. Uma
condenação injusta. Uma causa comprada com dinheiro... Abandono. Choro de
saudade. Terremotos que matam. Tsunamis que assolam. Deslizamentos sem
controle. Perdas. Perdas. Um filho roubado. Uma infância sequestrada. Um filho
doente. Falência. Um desastre que rouba vidas. Abusos. Injustiça. Silêncio.
Ser. Girar. Confiar.
Apesar de tudo vale a pena
viver a vida. Por isso, que sempre pontuo a necessidade da nutrição interna de
cada um de nós. Quando vem a “mudança” quem nos sustenta? Essa sustentação
interna vem de um lugar dos sonhos, da utopia, do espaço do visionário. É algo
que não se explica, se vive. Acontece que o olhar consegue enxergar um belo
horizonte, onde só tem nuvens cinza à pessoa nutrida consegue perceber que tudo
passa tudo finda, a dor mais triste é a ilusão mais linda.
Lidar com a vida sem
ilusões, mas com esperança.
Creio que estamos co-criando
a cada instante a nossa realidade. É de fundamental importância que cada ação
seja brotada do lugar do coração. Cada pensamento, cada intento, cada emoção;
tudo gestado desse lugar.
No giro da vida, as coisas,
os acontecimentos vão mudando... Aquilo que foi desespero transforma em
aprendizado. O livro da vida vai sendo escrito com tinta de água que
magicamente se transmuta e torna-se algo maior, mais intenso, mais profundo,
mais real, mais bonito.
Que o Grande Espírito nos
abençoe no caminhar das mudanças e nos fortaleça para que consigamos nos reinventar
a cada chibatada da jornada. A casa da dor pode ser ornamentada com o Amor
Divino que habita em nós. Como as Cartas de Cristo...